domingo, 25 de setembro de 2011

Pesca da Tilápia- as dicas realmente funcionam?


Apesar de agora no inverno ter paralizado minhas pescarias deste peixe.tenho sido consultado á respeito e é claro que as dicas que já forneci anteriormente visam ajudar aqueles que estão começando, mais como em toda pescaria, seja da tilápia ou outro peixe é preciso estar ciente que não existe uma fórmula absoluta, que funcionem sempre.
Cada pescaria é um novo momento, aqueles macetes que funcionaram em outra, podem não dar resultado algum na atual.
Na pesca da tilápia que é minha preferida, creio que o melhor macete é trocar informações com os pescadores próximos, perguntando sobre:
a)Se alguém pescou no local anteriormente, bem como, quanto ao tamanho das varas, o tipo de isca, da ceva utilizada e a quantidade lançada no pesqueiro, etc.
b)Um amigo perguntou qual a distância que o girador deve ficar do anzol?
No meu caso, eu costumo deixar uma distância de até 20 cm, entretanto, tenho companheiros que deixam á 30cm e alegam que esta distância esconde o chumbo e faz com que o anzol iscado fique balançando, mais tenho minhas dúvidas, afinal a água da represa é parada, então??? Tem outro que coloca o girador á 10cm e alega que fica mais fácil observar a beliscada do peixe. Na verdade, cada um deles adaptou um sistema que acha funcionar para eles mesmos, sacaram?
c)Também me perguntou sobre o tipo e a quantidade de ceva?
Ora, aqui também depende do tipo de isca e é claro que se eu estiver pescando com milho verde, será o mesmo utilizado para a ceva, com a única diferença é que ele deve ser “picado”.
Por outro lado, se eu estiver utilizando o conhecido bicho da laranja, minha ceva pode ser de ração de coelho, de peixe, de cavalo com melaço, farelo de trigo e até porções quirera grossa.
Na verdade o “pulo do gato” são as informações colhidas anteriormente dos demais pescadores, pois, se lançar qualquer tipo de ceva em excesso, os peixes se alimentaram da mesma e não atacarão as iscas e se a quantidade for insuficiente, o cardume pode se dirigir ao pesqueiro de algum companheiro.
d) Quanto a pena, se deve ser de madeira ou plástica, comprimento ou formato?
Ora, seja qual for o tipo, formato, tamanho etc, aqui novamente é tudo uma questão do próprio pescador se adaptar á um tipo que tem dado os melhores resultados sempre, pois, na realidade, tudo depende da regulagem das mesmas á profundidade do pesqueiro, mais principalmente, poder perceber a “leve movimentação" que a tilápia costuma se denunciar.
d)E o tamanho e peso do chumbo?
Na pesca da tilapia o peso deve ser adequado ao tamanho ou formato da pena, mais principalmente, tem que correr sobre a linha, pois quando preso, a tendência é que este peixe poderá senti-lo e rejeitar a isca.
Resumindo, ampliar informações, torna-se desnecessário, afinal, aqui no meu blog já foi mencionado muitas dicas e macetes, então, recomendo aos interessados uma releitura dos artigos anteriores e boa sorte.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

DIREITOS QUE O BRASILEIRO NÃO CONHECE



Autor do artigo: Rizzatto Nunes
Mestre e doutor em Filosofia do Direito - Direito do Consumidor- Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.
A responsabilidade do Estado no caso de acidentes naturais derivados de enchentes e desmoronamentos
As várias tragédias relativas a inundações provocadas por chuvas regulares e previsíveis, assim como por aquelas extraordinárias e também os desmoronamentos de encostas, prédios, casas e o soterramento de pessoas gerando centenas de mortos e feridos, é algo de tamanha gravidade que passou muito da hora da tomada de posição séria pelas autoridades no que diz respeito a ocupação do solo e as necessárias ações preventivas visando a segurança das pessoas e de seu patrimônio. De nada adianta ficar simplesmente acusando as vítimas depois das ocorrências, eis que, certo ou errado, elas já estavam vivendo nos locais conhecidos abertamente. Afinal, as pessoas precisam morar em algum lugar.
É verdade que, quando surgem eventos climáticos não previstos, como, por exemplo, chuvas caindo em quantidades nunca vistas acabam sendo possíveis justificar a tragédia por força do evento natural. Mas, naqueles casos em que os eventos climáticos são corriqueiros, ocorrem na mesma freqüência anual e em quantidades conhecidas de forma antecipada e também nas situações em que a ocupação do solo feita de forma irregular permitia prever a catástrofe, o Estado é responsável pelos danos e deve indenizar as vítimas e familiares. A legislação brasileira é clara a respeito. Faço, pois, na seqüência, um resumo dos direitos envolvidos.
- Responsabilidade civil objetiva
A Constituição Federal estabelece no parágrafo 6 do artigo 37: “A responsabilidade civil objetiva do Estado pelos danos causados às pessoas e seu patrimônio por ação ou omissão de seus agentes. Essa responsabilidade civil objetiva implica em que não se exige prova da culpa do agente público para que a pessoa lesada tenha direito à indenização. Basta a demonstração do nexo de causalidade entre o dano sofrido e a ação ou omissão das autoridades responsáveis.
Anoto que, quando se fala em ação do agente público, isto é, conduta comissiva, está se referindo ao ato praticado que diretamente cause o dano. Nessa hipótese, então, a responsabilidade tem origem na falta de tomada de alguma providência essencial ou ausência de fiscalização adequada e/ou realização de obra considerada indispensável para evitar o dano que vier a ser causado pelo fenômeno da natureza ou outro evento qualquer ou, ainda, interdição do local etc.
Muito bem. Em todos esses casos de inundações, desmoronamentos, soterramentos etc causando a morte e lesando centenas de pessoas o Estado será responsabilizado se ficar demonstrado que ele foi omisso nas ações preventivas que deveria ter tomado. Se, de fato, os agentes públicos deveriam ter agido para evitar as tragédias e não o fizeram, há responsabilidade. Tem-se que apenas demonstrar que a omissão não impediu o dano, vale dizer, a vítima ou seus familiares (em caso de morte) devem demonstrar o dano e a omissão, para ter direito ao recebimento de indenização.
- Caso fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima
Antes de prosseguir, lembro que o Estado não responderá nas hipóteses de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima ou terceiros. No entanto, os eventos da natureza que se caracterizam como fortuito são os imprevisíveis, tais como terremotos e maremotos e até mesmo chuvas e tempestades, mas desde que estas ocorram fora do padrão sazonal e conhecido pelos meteorologistas. Reforço esse último aspecto: chuvas sazonais em quantidades previsíveis não constituem caso fortuito porque as autoridades podem tomar as devidas cautelas para evitar ou ao menos minimizar os eventuais danos.
A força maior, como é sabido, é definida como o evento que não se pode impedir, como por exemplo, a eclosão de uma guerra. E a culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, como a própria expressão contempla é causa excludente da responsabilidade estatal porque elimina o nexo de causalidade entre o dano e a ação ou omissão do Estado. Aqui dou ênfase ao que importa: a exclusão do nexo e consequentemente da responsabilidade de indenizar nasce da exclusividade da culpa da vítima ou do terceiro. Se a culpa da vítima for concorrente, ainda assim o Estado responde, embora nesse caso, deva ser levado em consideração o grau da culpa da vítima para fixar-se indenização em valor proporcional. Dou como exemplo de culpa concorrente o da construção de uma casa que exigia a tomada de certas medidas de segurança que foram desprezadas pelo agente de fiscalização e também pela vítima.
- Pensão
Os familiares que são dependentes da pessoa falecida têm direito a uma pensão mensal, que será calculada de acordo com os proventos que ela tinha em vida. Do mesmo modo, a vítima sobrevivente pode pleitear pensão pelo período em que, convalescente, tenha ficado impossibilitado de trabalhar.
- Outros danos materiais
Além da pensão, no cômputo dos danos materiais inclui-se todo tipo de perda relacionada ao evento danoso, tais como, no caso de desmoronamento da habitação, seu preço ou o custo para a construção de uma outra igual e todas as demais perdas efetivamente sofridas relacionadas ao evento. No caso de pessoa falecida, além dessas perdas, cabe pedir também indenização por despesas com locomoção, estadia e alimentação dos familiares que tiveram de cuidar da difícil tarefa de reconhecer o corpo e fazer seu traslado, despesas com o funeral etc.
- Danos morais
Tanto a vítima sobrevivente como os familiares próximos à vítima falecida podem pleitear indenização pelos danos morais sofridos, que no caso dizem respeito ao sofrimento de que padeceram e das seqüelas psicológicas que o evento gerou. O valor dessa indenização será fixado pelo juiz no processo.
De todo modo, é bom deixar consignado que o responsável em indenizar tem o dever de dar toda assistência às famílias das vítimas, inclusive propondo o pagamento de indenizações e pensões. Essa conduta, uma vez realmente adotada, poderá influir numa eventual ação judicial para a fixação da indenização por dano moral. É que, nas variáveis objetivas utilizadas pelo magistrado para fixar a quantia, uma delas é a do aspecto punitivo.
Na verdade, como se sabe aquilo que se chama indenização em matéria de dano moral não é propriamente indenização. Indenizar significa tornar indene, vale dizer, encontrar o valor em dinheiro que corresponda à perda material efetiva; fazer retornar, pois, ao "status quo" anterior. Por exemplo, se a pessoa perdeu seu automóvel, basta saber quanto o mesmo valia e fixar a indenização nesse valor. É um elemento de igualdade, portanto.
Já a "indenização" por dano moral não pretende repor nenhuma perda material ou devolver às coisas ao estado anterior. É impossível reparar o sofrimento pela perda de um ente querido. Desse modo, a indenização por danos morais é, como se diz, satisfativo-punitiva: uma quantia em dinheiro que possa servir de conforto material e ao mesmo tempo punição ao infrator.
Assim, o aspecto punitivo deve ser reforçado quando o causador do dano age com má-fé, intenção de causar o dano, ou regularmente repete os mesmos erros. Todavia, por outro lado, o magistrado deve levar em conta a atitude do causador do dano após a ocorrência do evento. Se ele se comportou adequadamente, como acima referi, então, nesse caso, a seu favor haverá uma atenuante para fixar o "quantum" indenitário em menor valor.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE VALE? NEM SEMPRE!


A vida é mesmo uma escola.
Verdade para a qual venho me rendendo quanto mais existo.
No que se refere à primeira impressão, concluo que ela “NÃO VALE” para tudo, á todo momento ou todas as ocasiões, pelo simples fato, que formamos nossas opiniões favoráveis ou não, influenciadas por informações recebidas.
Nosso CARÁTER é formado tendo por base, princípios éticos e morais, geralmente aceitos e condizentes com os costumes inicialmente transmitidos por nossos pais, depois reforçados por educadores e pela sociedade e desta maneira repassamos ás futuras gerações.
Mesmo considerando que podemos ter sido educados por nossos progenitores, educadores e sociedade, dentro de conceitos ultrapassados, ultra conservadores, cheios de tabus e até de preconceitos, assim mesmo, na medida em que vamos vivendo, temos o dever de descobrir novas formas de pensar e sentir, ou em última análise, nos adaptarmos á realidade de nossos dias.
Mais existe “PRINCÍPIOS ÉTICOS” que são legítimos ou imutáveis.
Na atual sociedade, parte dela que hipocritamente se diz moderna ou avançada, percebemos existir conceitos éticos e morais, com má interpretação de valores ou manipulados ao sabor dos interesses nossos e alheios, então, estes acabam se tornando desvios de caráter.
São as ditas conveniências sociais, então, por elas ou sob a influência das mesmas, podemos formar a primeira impressão errada das coisas e das pessoas ou outros preconceitos.
Pelo que conheço da vida e do comportamento das pessoas, nas quais me incluo, grosso modo, ora negamos, ora concordamos ter algum preconceito, com certeza, a razão deste comportamento é para sermos socialmente aceitos em nosso grupo de convivência.
Então, será isto “desvio de caráter”?
Sim, se for somente pensando na aceitação social.
Porém, NÃO, se for a defesas dos princípios ditos imutáveis.
De minha parte, relevante é reconhecer que por diversas vezes “ minha primeira impressão” sobre os outros ou aos acontecimentos, fui por ela traído e no final, fico eternamente grato á vida, por isto ter acontecido.
Tal traição que no caso é na verdade um grande benefício fez e faz minha própria existência melhor, tanto por me corrigir nos erros e confirmar meus acertos, assim concluo, que nem sempre a primeira impressão é a que vale.
E para você?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ESTATURO DOS PARTIDOS POLITICOS NO BRASIL


Dei-me ao trabalho de ler os estatutos dos principais partidos de nosso País (PMDB-PSDB-PT) e mesmo não lendo dos demais, deu para concluir, que todos foram elaborados de maneira geral, nas normas e condições que coincidem nos objetivos, portanto, destaco uma delas:
DEVERES DOS FILIADOS AOS PARTIDOS:
“Manter conduta ética, pessoal e profissional, compatível com as responsabilidades partidárias, particularmente no exercício do mandato eletivo e de função pública”.
Sem generalizar, embora num certo sentido isto seja impossível, alguns mais outros menos, porem, todos sem excessão, acabam declinando das mesmas.
Creio até, que pelos inúmeros capítulos e artigos, onde “deveres e direitos” são definidos, muitos de seus filiados sequer os conhecem e se conhecem, simplesmente ignoram, pois “pecam” em suas atuações não só na vida partidária, mais em suas condutas diante da sociedade.
O pior é que lendo sobre as possíveis punições aos infratores, considerando inclusive o “direito á defesa ampla e irrestrita”, pelo que temos visto, até estas são postergadas ou menosprezadas, quando se trata do corporativismo existente no meio.
Em linhas gerais, todos os partidos declaram em seus estatutos estarem extremamente interessados em “aprimorar a democracia”, seria no mínimo extranho se assim não declarassem, entretanto, na prática, usa-se o desejo deste aprimoramento democrático, apenas como jogo político, que na maioria das vezes, da “pior” qualidade.
Todos eles, á seu modo e tempo, estão mesmo mais interessados em conquistar e manter o “poder”, mesmo que a dita democracia vá para o brejo e é muito triste, perceber que os interesses partidários, quase sempre estão aquem das necessidades do País.
Maior prova é o que vem acontecendo hoje pela “briga” por cargos, no momento na esfera estadual e federal, portanto, comentar á respeito é ser apenas repetitivo.
E diante desta realidade, nós o povo, eleitores e a sociedade, participamos do “jogo democrático”, acreditando que o valor de nosso voto, será fundamental para transformar os destinos do País e com profunda decepção, constatamos que o comportamento de nossos escolhidos é na verdade, apenas para que mantenham seus privilégios.
Outro exêmplo, são as tragédias ambientais acontecidas num passado recente e atual, onde nenhum político teve ou tem interesse em saber as causas e conseqüências dos fenêmenos climáticos e só resta agora contabilizar os prejuízos que parte da sociedade, prefeituras e governos terão que arcar, pois o que prevalecia até então, eram as campanhas políticas.
E como continuar comentando não passará de méra redundância, aos políticos, destaque-se:
“Manter conduta ética, pessoal e profissional, compatível com as responsabilidades partidárias, particularmente no exercício do mandato eletivo e de função pública”.
Portanto, cumpra-se.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

DILMA - A MULHER PRESIDENTE DO BRASIL



Confira a íntegra do 1º pronunciamento da presidente eleita Dilma Rousseff

Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui.

Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.

A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!

Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:

Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.

Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.

Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.

Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição.

Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.

Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões.

O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família.

É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.

Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte.

A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.

O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro.

Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.

Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.

No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.

Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.

Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.

É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.

Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.

Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos.

Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.

Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.

Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público.

Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo.

Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.

As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.

Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.

Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.

Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.

Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.

Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas.

Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde.
Me comprometi também com a melhoria da segurança pública.

Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.

Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos.

Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.

A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade.

É aquela que convive com o meio ambiente sem agredi-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.

Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa.

Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.

Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.

Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política.

Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.

Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.

Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.

Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho.

Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.

Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.

Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.

Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.

Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós.

Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta.

Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado.

Saberei consolidar e avançar sua obra.

Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo.

Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.

Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união.

União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.

Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.

Muito obrigada.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O JULGAMENTO DA SOCIEDADE

A maioria de nós provavelmente passará por esta vida, deixando saudades e recordações no máximo á nossa famiília, nossos parentes e poucos amigos mais chegados, entretanto, com certeza o desejo de cada um é deixar a MELHOR LEMBRANÇA do que fomos, bem como, ter a certeza que apesar de nossos erros e eventuais injustiças, pudemos corrigí-las á tempo, neste curto espaço de tempo que por aqui passamos.
Imagine então, a responsabilidade de uma figura pública, que se destacou na sociedade, passar para estória de forma negativa,como ex-policial e ex-senador Romeu Tuma, que foi objetivo do artigo a seguir:


Que Tuma fique, para sempre, na nossa memória

por Leonardo Sakamoto, no Blog do Sakamoto

Romeu Tuma faleceu no conforto do Hospital Sírio-Libanês, como senador da República e com poder político (ainda que declinante), enquanto muitos opositores da ditadura militar, que ele defendeu, amargaram a escuridão das celas e o desaparecimento. E plantou sementes que se mantiveram após a redemocratização, pois o Brasil segue vasto em terreno fértil para intolerância.

Respeito o sofrimento de sua família. Mas todos – políticos, jornalistas, cientistas sociais – os que foram críticos a ele em vida não podem se atirar na estúpida condescendência para com os mortos, seja atrás de sua herança eleitoral, seja em nome de uma demagogia barata ou do apaziguamento tupiniquim. Isso só para citar um ponto de sua controversa biografia, agora incensada.

Lembrar é fundamental para que não deixemos certas coisas acontecerem novamente. Que a história do delegado/senador seja contada e comentada como ela realmente foi, sem os retoques bonitos dos discursos políticos que começaram a florescer na tarde desta terça.

PS: Ao menos, Tuma era um rosto conhecido, público. Quantos outros delegados de órgãos de repressão da ditadura, sem contar torturadores, seguem anônimos, protegidos pela Lei da Anistia?
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Não vou reproduzir aqui os 45 comentários á este artigo,entretanto, creio que os mesmos são muitos MAIS TRISTES do que o artigo exposto e QUEM SABE possa servir á outras figuras públicas, face á julgamentos futuros.
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A morte de um criminoso jamais trará remissão aos crimes cometidos por ação ou omissão do mesmo.
A dor da família do senador não é menor que a dor das famílias que perderam seus entes, muitos ainda nem sepultados.
A dor que aumenta com a passagem dos anos sem a investigação sobre os crimes cometidos na ditadura.
Que a gente nunca esqueça.
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É dificil, vendo a dor de seus filhos. Mas precisamos lembrar quantas mães e pais não puderam, ao menos, enterrar os filhos, quanto mais chorá-los. Que seus filhos pensem nisso, ao enterrá-lo. Zuzu Angel, por exemplo, morreu por essa luta, de apenas enterrar seu filho. Morreu sem fazê-lo. E a culpa foi dessa ditadura a que Tuma defendeu. No Brasil temos essa mania de venerar os mortos.
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Também dou os meus pêsames à sua família, no entanto, a sua morte foi natural e não como outras,cruéis, por ele mesmo provocadas ou consentidas, pois essas pessoas tb tinham famílias, que com toda certeza não foram sequer lembradas pelo mesmo.
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Nada desta de bonzinho, queridinho. Era mais um a defender os interesses dos militares, juntamente com alguns jornais, não importando a quem ia doer.Que o mesmo bata na porta do inferno, e o diabo não o aceite, devolva-o, pois os crimes cometidos por ele durante este regime não foram julgados.Que se junte ao Fleury, Medici,Castelo,e tantos outros.
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Concordo com o artigo: pêsames aos familiares e amigos; e lembrança do período funesto em que ele serviu à ditadura, tanto nos presos/torturados/assassinados/desaparecidos, como na conivência com a roubalheira que se instalou naquele período.
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Parabéns pelo artigo, pois não podemos permitir que reine a hipocrisia. NÃO É PQ MORREU q vira santo.

sábado, 16 de outubro de 2010

QUAL O DESTINO DO BRASIL


Nunca tanto como agora, me interessei por política, especialmente neste momento que estamos para decidir o futuro de nosso País e francamente, não estou seguro de minha escolha, pois de um lado vejo um candidato que representa o partido das privatizações e do outro, sem negar os avanços, não se pode esquecer os inúmeros escandalos que ficamos sabendo.
Na internet o que não faltam são críticas e acusações de ambos os lados, mais de todas, as mais graves são as questões relacionadas com o aborto e direitos dos homosexuais, realmente duas questões polêmicas,nas quais vou me posicionar:
Aborto: Não sou favorável ao mesmo e creio que grande parte de nossa sociedade, também não é, entretanto, não podemos impor aquilo que pensamos, afinal esta é uma escolha de "foro íntimo", em dois casos, o de estupro ou no risco de vida para mãe e a criança, alias, estes são os únicos permitidos por lei, mais também é uma escolha extremamente difícil.
Por outro lado, não podemos ignorar que nosso País é um dos campeões de aborto ilegal no mundo e considerando que existe meios contraceptivos, portanto é uma irresponsabilidade não fazer uso dos mesmo e neste caso, não se pode atribuir tal responsabilidade somente á mulher, mesmo porque, as tradições são consideradas retrógradas e hoje confunde-se a liberdade por libertinagem.
Tais métodos, não é esclusividade apenas de casais solteiros, mais de todos, tenham eles uma união estável por casamento ou não e neste segundo caso, quando por questões econômicas, um casal já tem filhos e desejam evitar outros, não somente a mulher deve se submeter á procedimentos cirúrgicos hoje disponíveis, porque os homens também podem optar pela vasectomia, entretanto, o que mais influe nesta decisão, pode ser a questão do "machismo".
Por outro lado, percebe-se claramente um afastamento do ser humano das leis divinas, que interferem não só no aborto, mais nos remete á outra questão do homosexualismo.
Até hoje a ciência não chegou á uma decisão conclusiva das causas do mesmo e se formos admitir, que se trata de problemas de gens ou de DNA, ainda assim, há de se levar em consideração á questão divina.
Mais mesmo que se deixe de lado a parte espiritual ou divina e considerarmos o ser humano um animal, produto da evolução das espécies, justamente encarando desta forma, percebemos que ele é o único entre os demais, que acaba se relacionando sexualmente "macho com macho" e "fêmia com fêmia".
Já que não se pode negar a existência destes relacionamentos, também não se pode obrigar a sociedade como um todo de aceitá-lo e ser penalizada por preconceito ou como dizem hoje, ser homofóbica.
Em se trantando das garantias legais, elas já existem para quem opta neste sentido, entretanto, o que certamente a sociedade condena, é a forma como eles se expõem.
A quesrão que fica no ar não é outra senão a seguinte:
Se eles em situação normal, tem também um comportamento aceitável, porque "denigrem" a sí mesmos, nas ditas paradas gay ou movimentos GLS?
Portanto, se eles tem este direito, não podem querer ferir o mesmo direito do restante da sociedade, certo?
Independente destas considerações, acho que o uso destes dois assuntos, não deveriam ser destaque na atual campanha eleitoreira, há muito mais á ser discutido, com certeza, de igual ou maior importância, aliás é o que continuamos esperando, especialmente no desejo de aprimorar a democracia.