segunda-feira, 26 de julho de 2010

A SANTA PALMADA


SETE EM CADA DEZ PAIS APROVAM A "PALMADA"

Pesquisa mostra que 88% dos curitibanos que têm filhos já apanharam na infância e 70%admitem replicar a prática
O termo “apanharam” , não define a forma, portanto, poderíamos presumir, que não se tratam de ações violentas.
Por outro lado, aqueles que apanharam, presume-se que são pais que pertencem á gerações de algumas décadas atrás e sinceramente, nem por isso, ficaram traumatizados e provavelmente isto só aconteceu, quando “outras” alternativas não tiveram sucesso.
Aqueles de nós que fazem parte da geração passada, devem lembrar-se de algumas restrições usadas pela maioria das famílias, das quais destaco:
a) A criança ou jovem não devia nem podia “se meter” na conversa de adultos;
b) Em sinal de respeito, pedir “benção”( ato de beijar a mão) dos familiares e parentes mais velhos;
c) Em qualquer refeição na casa de parentes, não sentar-se á mesa sem autorização dos pais e mesmo com ela, não praticar gulodice.
d) Não mexer em coisas alheias sem autorização;
d) Uma que hoje já não acontece:
Ter profundo respeito aos professores, sendo uma “grande vergonha” quando por desobediência ou mau comportamento, ser levado á sala da diretora e pior ainda, se fosse mandado aos pais, algum bilhetinho pedindo comparecimento na escola.
e) Outras situações, que não cabe aqui descrevê-las, entretanto, mesmo as descritas, podem hoje ser consideradas ultrapassadas e até retrógradas, entretanto era a forma de impor limites e respeito.
Obviamente independente da idade, aquela geração, tinha como existe hoje, o desejo de desafiar o PROIBIDO, portanto, isto faz parte da natureza humana, mais naquela época, sabíamos das conseqüências, a última era a “santa palmada”.
É verdade que tanto no passado, tal como hoje, ainda existem pais, que extrapolam o limite, mais isto não é regra e sim exceções.
O projeto de lei, apresentado pelo governo federal, levantou uma polêmica sobre a forma mais correta de educar os filhos.
Quantas Leis existem no nosso País, que não são cumpridas ou respeitadas, por nossas autoridades, começando pela mais importante, a nossa CONSTITUIÇÃO?
Adianta mais uma Lei, já temos o Estatuto da Criança e Adolescente-ECA- que veio para tratar da questão da violência contra a criança e do adolescente, portanto, deveria ser dever dos pais tomar conhecimento do seu conteúdo, entretanto, é possível que muitos não o fazem.
No que tange á violência praticada por menores, a própria ECA no art.112 - define as penalidades á que eles estão sujeitos e no art.122, fala do tipo de internação e no art.124, fala de seus direitos quando internados, entre os quais se destaca:
1 - ser tratado com respeito e dignidade;
2 - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
3 - receber visitas, ao menos, semanalmente;
4 - corresponder-se com seus familiares e amigos;
5 - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
6- habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
7 - receber escolarização e profissionalização;
8 - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
9 - ter acesso aos meios de comunicação social;
Art 124 - § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
Pergunta-se:
a)Dos direitos mencionados nos ítens 6ao9, saindo das unidades de internamento, o poder público tem possibilitado os mesmos direitos, como forma de manter o menor infrator, fora da marginalidade?
b)É dado ás famílias dos mesmos tais condições?
c)Voltando á violência praticada por menores, não podemos deixam de lado á questão das drogas, hoje presente em muitos lares, independente de sua condição econômica e mais uma vez, a ausência e até a irresponsabilidade do Estado, em oferecer condições de tratamento necessários.
c)Embora pareça “preconceito”, de forma geral, aos menores infratores das classes mais privilegiadas, são aplicadas as “tais” medidas sócio educativas?
Não é evidente que parte desta sociedade “hipócrita” que tem o poder econômico, geralmente “rotula” as famílias POBRES e seus filhos, como marginais?
Para finalizar, considerando que quando outras alternativas, não derem resultado, quem sabe a “santa palmada” venha evitar o pior?

Nenhum comentário:

Postar um comentário